quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Larissa e Juliana e a capacidade de aceitar a frustração

Fiquei muito impressionado com o que aconteceu com a dupla olímpica do vôlei de praia Juliana e Larrisa.

Juliana teve uma lesão no joelho e iniciou um processo intensivo buscando a recuperação que lhe daria a condição de participar dos jogos junto com sua parceira. Não deu.

Dois dias antes do inicio dos jogos, apesar de todos os esforços e de uso da todas as técnicas da medicina desportiva, foi necessário chamar a veterana Ana Paula para compor a dupla brasileira.
Muita tristeza e frustração de Juliana. Porque o que um atleta de alto nível mais quer na vida e participar de uma competição como a Olimpíada. Ser impedido de participar por motivo de lesão e ser cortado dias antes do inicio das provas deve ser insuportável. Acho que além do apoio técnico também é necessário um apoio psicológico para enfrentar situações como esta. A maior dor de Juliana não é a que ela sente no joelho. A dor maior é de ter feito todo o esforço (recuperação,preparação, treinamento, etc) e de não ter conseguido. Tem que ter grande capacidade de superação.

Vendo a reportagem na televisão eu me perguntava: Como Juliana irá suportará a frustração por não estar ao lado de Larissa?

Guardadas todas as proporções, situação altamente frustrante também vive um colega nosso de TI. Gerente de desenvolvimento de sistemas, ele participou como líder de uma das frentes de um projeto de implantação de ERP. O sistema, apesar de todos os problemas encontrados, iniciou a operação em janeiro.

O pagamento do seu bônus estava associado ao seu desempenho no projeto e sua principal meta era a implantação do sistema no prazo. Ele e mais dois colegas, todos participantes do projeto, foram os únicos dos 40 gestores na empresa a não receberem o bônus ( a empresa deixou claro para ele que foi pelos problemas ocorridos na implantação do ERP).

Os demais gestores da empresa, inclusive os responsáveis nas áreas usuárias do sistema (que também tinham responsabilidade pelo sucesso o insucesso do projeto), receberam integramente seu bônus.

Fiquei “de boca aberta”, parado, olhando pra ele sem saber o que dizer quando me relatou em detalhes o fato. Ainda mais sabendo de todo o esforço que foi feito. Literalmente,ele ficou muitas noites sem dormir por conta do alto grau de comprometimento com o objetivo da empresa = implantar um “novo sistema de gestão para dar o salto de qualidade da organização”.
Deu vontade de ir até o diretor presidente desta empresa e explicar que a implantação e o sucesso de projetos deste tipo não dependem só da tecnologia ( será que ele não sabe disto?).

Parece até piada: aquele que trabalha e luta para mudar e fazer mais é punido. Que critério mais absurdo! Que falta de respeito! Só posso ficar impressionado com a capacidade que algumas organizações têm de administrar os seus recursos humanos ( e o diretor de RH desta empresa? como é que ele deixa fazer isto?).

Imagino quanto motivado encontra-se o colega para continuar fazendo o seu trabalho e liderando sua equipe. O objetivo foi atingir o bolso (dizem ser o órgão mais sensível do corpo humano) mas o golpe mortal foi no coração.
Aja capacidade de superação.
É.... Vamos em frente.

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