Abrão Maslow foi um psicólogo americano que propôs uma hierarquia de necessidades que ficou conhecida como Pirâmide de Maslow.
A base da teoria de Maslow é que qualquer indivíduo, para alcançar a auto-realização – ultimo nível da pirâmide - deve primeiramente satisfazer as necessidades dos níveis anteriores. O foco e a energia da pessoa concentram-se em prover as necessidades dos níveis mais baixos antes de buscar os níveis superiores. Conforme Maslow, os degraus ou níveis da pirâmide são os seguintes:
1. necessidades fisiológicas ou básicas, tais como a fome, a sede, o sono e o sexo;
2. necessidades de segurança, que vão desde a simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa até as formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
3. necessidades sociais ou de amor, o afeto, a afeição e os sentimentos de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
4. necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
5. necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
A grande critica feitas a Teoria de Maslow e que alguns indivíduos sentem-se auto-realizados mesmo sem terem suprido totalmente suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais ou de estima ( níveis anteriores da pirâmide) e, segundo os seus críticos, este fato invalidaria toda a teoria.
Um outro ponto é que uma pessoa pode suprir parcialmente uma necessidade e já se considerar em próximo nível. Na prática existem pessoas que se sentem realizadas mesmo sem, por exemplo, ter onde morar ( ou sem ter resolvido plenamente esta questão) mas estas exceções não suficientes para tornar invalida toda a teoria.
Achei interessante fazer um exercício ( apesar nenhum embasamento cientifico): identificar em qual nível da pirâmide encontravam-se a TI das empresas que trabalhei. Se a teoria da pirâmide tem sentido e funciona com as pessoas ( apesar das criticas e exceções), deve funcionar também com as empresas e suas áreas de tecnologia.A lógica é entender qual a característica mais marcante ( na minha ótica) na relação da TI com a empresa, na forma como a TI é vista e usada ou como se insere dentro da estratégia corporativa.
Para evitar constrangimentos de ambas as partes, estou fazendo uma fotografia do momento que trabalhei nestas empresas. Esta visão não representa o momento atual. Também não vou falar da empresa onde hoje trabalho. Vou tentar ao máximo não identificá-las, mas vou colocá-las em ordem cronológica. Reforço: Isto é uma visão do passado. Hoje tudo pode ter mudado.
Então vamos ao exercício:
Empresa I: Naquele tempo ( era no século passado pessoal) nem existia o termo TI. Éramos da informática ( ou será que ainda era Processamento de Dados?) Éramos uma ilha de excelência dentro da organização(!!!???). Na verdade as empresas estavam vivendo um momento mágico de crescimento e investimento em Tecnologia. Acreditava-se que tudo poderia ser automatizado, éramos primitivos e iniciantes, mas tínhamos credibilidade. Ninguém tinha “sede”, “fome” ou “sono” e todos estavam muito seguros do caminho a seguir: era o caminho do reconhecimento da nossa capacidade de informáticos! Com certeza naquele momento éramos um nível 4! Sai da empresa nesta fase. Algum tempo depois os donos brigaram e a empresa foi dividida ( e acho que a informática caiu rapidamente do nível 4 para o 2).
Empresa II: Cheguei em meio a uma grande reestruturação: a empresa estava renovando os seus equipamentos e instalando mainframes de ultima geração ( muita insegurança, muitas noites sem dormir, muito stress). A expectativa era passar deste nível 1 para o 2 e 3 muito rápido. Mas nada é tão fácil e simples que não possa ficar difícil e complicado: o diretor de TI (ainda era de informática?) foi demitido e parte do projeto abortado. Alguns meses depois, um novo projeto: downsizing. Trocamos os servidores Mainframes por equipamentos menores, instalamos uma rede e a TI passou direto para o nível 4: todos consideravam o trabalho da TI ( acho que ainda era informática) muito bom. Passamos muito tempo neste estágio. Sai quando se iniciava um projeto de ERP. Pela excelente estrutura montada e a equipe de TI que a empresa tinha acredito que ficaram neste estágio por bastante tempo. Hoje a empresa foi vendida para um grande grupo multinacional e não tenho noticias qual nível eles estão.
Empresa III: Foi a minha experiência de construir do zero. Já éramos da Tecnologia da Informação, estávamos motivados e era fazer tudo (tudo novo)! Tínhamos o dinheiro, conhecimento, a vontade e o jeito de fazer ( dos Canadenses) em um novo negócio: telefonia celular. A TI era estratégica! Aprendi muito e, apesar de todas as noites sem dormir e o stress natural das responsabilidades de fazer acontecer, considero a experiência profissional mais gratificante que tive ( com certeza para mim foi nível 5). Tive excelentes resultados, fiquei 3 anos e sai quando a empresa foi comprada pelos Mexicanos. Fui para a outra.
Empresa IV: Foi o maior desafio de motivacional que tive. Era bem longe de casa, o ambiente tecnológico estava desatualizado, a TI não tinha uma boa imagem, era vista como “gastona”, não estratégica e com poucos resultados ( TI era um mal necessário). A equipe era muito boa e sofriamos junto. Para complementar: a empresa também não ia bem das pernas (fruto de investimentos feitos sem o devido critério) e quase faliu. Passe seis anos lá e, graças a equipe e apesar de tudo, conseguimos fazer muitas coisas. Mas a impressão que sempre ficava era que, dia após dia, tínhamos que lutar unicamente para nós mantermos vivos. O ambiente para TI na empresa era hostil. Era pela sobrevivência que se trabalhava. Estávamos na base da pirâmide (nível 1) com toda a certeza.
Quer arriscar e fazer a sua avaliação?
Então... Vamos em frente!
sábado, 2 de agosto de 2008
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