Recebi uma reportagem da Computer Word sobre os problemas enfrentados pelos empresas no relacionamento com os vendedores de equipamentos e serviços de TI.
O título é “Seis modos irritantes de vender TI” e traz a seguinte classificação dos tipos mais irritantes de vendedores:
· O homem SIM - não conhece as tuas necessidades e diz sim a todas as tuas perguntas;
· O evangelista do Armagedon – se você não comprar algo de muito ruim vai acontecer;
· O caçador – Insiste na venda a qualquer preço;
· O doutor sabe-tudo – responde a todas as perguntas e não admite desconhecer algo;
· O primo ignorante – ao contrário do anterior não sabe as informações mais básicas sobre o que está vendendo;
· O séqüito – vem sempre acompanhado de uma tropa. Como se isto fosse um bom argumento de persuasão.
O artigo tem certo tom de brincadeira, mas toca em um assunto sério quando fala da relação entre compradores e vendedores de TI. Minha experiência sempre foi como cliente ( comprador) e conheci muitos destes tipos, fiz bons negócios com todos eles e acredito ter conseguido conviver muito bem com as peculiaridades e defeitos destas espécies.
Atrevo-me a dar algumas dicas sobre como se deve conduzir esta relação. Para mim são apenas 5 regras (desculpe caro leitor não é nada a inovador e nem surpreendentes).
Regras simples que estão ao alcance de todos e são muito fáceis de aplicar:
Número Um - Respeito:
Em todos os sentidos da palavra porque respeito é requisito de todo e qualquer tipo de relação. Não é possível imaginar uma relação comercial onde as partes (fornecedores e clientes) não respeitem agendamentos, horários, compromissos de entrega de propostas, não dêem retorno,etc. Respeito é básico: se você (cliente) agendou uma visita do fornecedor cumpra o horário do agendamento, receba e atenda da melhor forma possível. Se você (fornecedor) combinou a entrega da proposta: cumpra os prazos acordados!
Número dois: Bom senso
Vale para tudo e parece bobagem dizer: uma relação exige bom senso de ambas as partes. Ele deve estar presente em “doses cavalares” desde a definição de suas necessidades e de quem pode atendê-las até a negociação e o fechamento. Não faça nada extremado e nem por impulso.Seja coerente e criterioso. Para mim vale aquele mandamento budista: “o melhor caminho sempre é o caminho do meio”.
Número três: Transparência
É principalmente no sentido de agir da forma mais transparente possível dentro de uma negociação. Mas não confunda transparência com ingenuidade. Lembre-se que em uma relação comercial existem agendas ocultas e interesses dos mais diversos tipos ( alguns são de difícil identificação). Sempre que possível, dê todas as informações necessárias para todos os fornecedores deixando claro quais as necessidades, os seus limites e as alçadas de decisão. Manter uma postura transparente ( e coerente) te dá condição favorável ( no curto, médio e longo prazo) em qualquer cenário de negociação e com qualquer fornecedor.
Numero quatro: Clareza
Tenha um processo claro e limpo para expor suas necessidades. Deixe claras as regras de avaliação e, sempre que possível, forneça um documento onde isto está registrado ( um email, uma RFP, uma solicitação de orçamento ou qualquer outro documento que você queira criar para isto). Solicitações confusas geram propostas confusas e que não chegam a lugar nenhum.
Número cinco: Ética
Siga seus princípios éticos. Respeite todas as regras de conduta e o processo de compra estabelecido pela empresa onde você trabalha. Deixe isto muito claro aos seus fornecedores.
A vida é simples, a gente é que complica.
Vamos em frente.
sábado, 30 de agosto de 2008
domingo, 24 de agosto de 2008
Porto Alegre e o Marketing
A campanha politica para a Prefeitura de Porto Alegre também é aula de Marketing.
Não é necessariamente uma boa aula, mas sempre se aprende algo sobre o que o marketing ( no caso politico) faz para vender seu produto.
Alguns exemplos:
- O candidato Onix traz como vice Mano Changes: a necessidade de identificar-se com o eleitorado jovem e buscar votos deste publico que poderia ir para os candidatos mais jovens ( é a tentativa de pegar os votos que serião de Manuela?).
Estranha mistura:Onix e Mano tem posturas, pensamentos e historias politicas completamente diferentes. Talvez funcione mas preocupa.
-O nosso prefeito Fogaça: está tentando provar (na campanha) que era um governo tipo "mineirinho", ou seja "nois tava quietinho aqui mais nois tava trabalhando". Quer fazer o publico que votou nele ( eu fui um dos culpados) acreditar que mesmo sem nenhuma obra de impacto, trabalhou muito neste 4 anos!
- Maria do Rosário: agora se chama só Maria (realmente parece outra pessoa: mais jovem. Mas estaria buscando ser uma mulher do povo?). É a melhor propaganda e do ponto de vista de recursos, provavelmente é a que tem usado o maior aparato. Filmes com ótimos qualidade e bem dirigidos e ela tem boa presença em cena ( é fotogênica).
Mas o que mais me chamou atenção foi a Luciana Genro: ela está tentando mudar a imagem de mulher "raivosa", radical e revoltada. Parece que a maturidade fez milagres com a Dona Luciana.
Desculpe Luciana. Não deu para engolir a nova imagem. A senhora sempre foi uma pessoa de discursos fortes e agressivos. Fica dificil de acreditar nesta mudança. É puro Marketing.
Ainda não tenho candidato. Vamos em frente.
Não é necessariamente uma boa aula, mas sempre se aprende algo sobre o que o marketing ( no caso politico) faz para vender seu produto.
Alguns exemplos:
- O candidato Onix traz como vice Mano Changes: a necessidade de identificar-se com o eleitorado jovem e buscar votos deste publico que poderia ir para os candidatos mais jovens ( é a tentativa de pegar os votos que serião de Manuela?).
Estranha mistura:Onix e Mano tem posturas, pensamentos e historias politicas completamente diferentes. Talvez funcione mas preocupa.
-O nosso prefeito Fogaça: está tentando provar (na campanha) que era um governo tipo "mineirinho", ou seja "nois tava quietinho aqui mais nois tava trabalhando". Quer fazer o publico que votou nele ( eu fui um dos culpados) acreditar que mesmo sem nenhuma obra de impacto, trabalhou muito neste 4 anos!
- Maria do Rosário: agora se chama só Maria (realmente parece outra pessoa: mais jovem. Mas estaria buscando ser uma mulher do povo?). É a melhor propaganda e do ponto de vista de recursos, provavelmente é a que tem usado o maior aparato. Filmes com ótimos qualidade e bem dirigidos e ela tem boa presença em cena ( é fotogênica).
Mas o que mais me chamou atenção foi a Luciana Genro: ela está tentando mudar a imagem de mulher "raivosa", radical e revoltada. Parece que a maturidade fez milagres com a Dona Luciana.
Desculpe Luciana. Não deu para engolir a nova imagem. A senhora sempre foi uma pessoa de discursos fortes e agressivos. Fica dificil de acreditar nesta mudança. É puro Marketing.
Ainda não tenho candidato. Vamos em frente.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Larissa e Juliana e a capacidade de aceitar a frustração
Fiquei muito impressionado com o que aconteceu com a dupla olímpica do vôlei de praia Juliana e Larrisa.
Juliana teve uma lesão no joelho e iniciou um processo intensivo buscando a recuperação que lhe daria a condição de participar dos jogos junto com sua parceira. Não deu.
Dois dias antes do inicio dos jogos, apesar de todos os esforços e de uso da todas as técnicas da medicina desportiva, foi necessário chamar a veterana Ana Paula para compor a dupla brasileira.
Muita tristeza e frustração de Juliana. Porque o que um atleta de alto nível mais quer na vida e participar de uma competição como a Olimpíada. Ser impedido de participar por motivo de lesão e ser cortado dias antes do inicio das provas deve ser insuportável. Acho que além do apoio técnico também é necessário um apoio psicológico para enfrentar situações como esta. A maior dor de Juliana não é a que ela sente no joelho. A dor maior é de ter feito todo o esforço (recuperação,preparação, treinamento, etc) e de não ter conseguido. Tem que ter grande capacidade de superação.
Vendo a reportagem na televisão eu me perguntava: Como Juliana irá suportará a frustração por não estar ao lado de Larissa?
Guardadas todas as proporções, situação altamente frustrante também vive um colega nosso de TI. Gerente de desenvolvimento de sistemas, ele participou como líder de uma das frentes de um projeto de implantação de ERP. O sistema, apesar de todos os problemas encontrados, iniciou a operação em janeiro.
O pagamento do seu bônus estava associado ao seu desempenho no projeto e sua principal meta era a implantação do sistema no prazo. Ele e mais dois colegas, todos participantes do projeto, foram os únicos dos 40 gestores na empresa a não receberem o bônus ( a empresa deixou claro para ele que foi pelos problemas ocorridos na implantação do ERP).
Os demais gestores da empresa, inclusive os responsáveis nas áreas usuárias do sistema (que também tinham responsabilidade pelo sucesso o insucesso do projeto), receberam integramente seu bônus.
Fiquei “de boca aberta”, parado, olhando pra ele sem saber o que dizer quando me relatou em detalhes o fato. Ainda mais sabendo de todo o esforço que foi feito. Literalmente,ele ficou muitas noites sem dormir por conta do alto grau de comprometimento com o objetivo da empresa = implantar um “novo sistema de gestão para dar o salto de qualidade da organização”.
Deu vontade de ir até o diretor presidente desta empresa e explicar que a implantação e o sucesso de projetos deste tipo não dependem só da tecnologia ( será que ele não sabe disto?).
Parece até piada: aquele que trabalha e luta para mudar e fazer mais é punido. Que critério mais absurdo! Que falta de respeito! Só posso ficar impressionado com a capacidade que algumas organizações têm de administrar os seus recursos humanos ( e o diretor de RH desta empresa? como é que ele deixa fazer isto?).
Imagino quanto motivado encontra-se o colega para continuar fazendo o seu trabalho e liderando sua equipe. O objetivo foi atingir o bolso (dizem ser o órgão mais sensível do corpo humano) mas o golpe mortal foi no coração.
Aja capacidade de superação.
É.... Vamos em frente.
Juliana teve uma lesão no joelho e iniciou um processo intensivo buscando a recuperação que lhe daria a condição de participar dos jogos junto com sua parceira. Não deu.
Dois dias antes do inicio dos jogos, apesar de todos os esforços e de uso da todas as técnicas da medicina desportiva, foi necessário chamar a veterana Ana Paula para compor a dupla brasileira.
Muita tristeza e frustração de Juliana. Porque o que um atleta de alto nível mais quer na vida e participar de uma competição como a Olimpíada. Ser impedido de participar por motivo de lesão e ser cortado dias antes do inicio das provas deve ser insuportável. Acho que além do apoio técnico também é necessário um apoio psicológico para enfrentar situações como esta. A maior dor de Juliana não é a que ela sente no joelho. A dor maior é de ter feito todo o esforço (recuperação,preparação, treinamento, etc) e de não ter conseguido. Tem que ter grande capacidade de superação.
Vendo a reportagem na televisão eu me perguntava: Como Juliana irá suportará a frustração por não estar ao lado de Larissa?
Guardadas todas as proporções, situação altamente frustrante também vive um colega nosso de TI. Gerente de desenvolvimento de sistemas, ele participou como líder de uma das frentes de um projeto de implantação de ERP. O sistema, apesar de todos os problemas encontrados, iniciou a operação em janeiro.
O pagamento do seu bônus estava associado ao seu desempenho no projeto e sua principal meta era a implantação do sistema no prazo. Ele e mais dois colegas, todos participantes do projeto, foram os únicos dos 40 gestores na empresa a não receberem o bônus ( a empresa deixou claro para ele que foi pelos problemas ocorridos na implantação do ERP).
Os demais gestores da empresa, inclusive os responsáveis nas áreas usuárias do sistema (que também tinham responsabilidade pelo sucesso o insucesso do projeto), receberam integramente seu bônus.
Fiquei “de boca aberta”, parado, olhando pra ele sem saber o que dizer quando me relatou em detalhes o fato. Ainda mais sabendo de todo o esforço que foi feito. Literalmente,ele ficou muitas noites sem dormir por conta do alto grau de comprometimento com o objetivo da empresa = implantar um “novo sistema de gestão para dar o salto de qualidade da organização”.
Deu vontade de ir até o diretor presidente desta empresa e explicar que a implantação e o sucesso de projetos deste tipo não dependem só da tecnologia ( será que ele não sabe disto?).
Parece até piada: aquele que trabalha e luta para mudar e fazer mais é punido. Que critério mais absurdo! Que falta de respeito! Só posso ficar impressionado com a capacidade que algumas organizações têm de administrar os seus recursos humanos ( e o diretor de RH desta empresa? como é que ele deixa fazer isto?).
Imagino quanto motivado encontra-se o colega para continuar fazendo o seu trabalho e liderando sua equipe. O objetivo foi atingir o bolso (dizem ser o órgão mais sensível do corpo humano) mas o golpe mortal foi no coração.
Aja capacidade de superação.
É.... Vamos em frente.
sábado, 2 de agosto de 2008
Maslow, sua pirâmide e a TI das empresas.
Abrão Maslow foi um psicólogo americano que propôs uma hierarquia de necessidades que ficou conhecida como Pirâmide de Maslow.
A base da teoria de Maslow é que qualquer indivíduo, para alcançar a auto-realização – ultimo nível da pirâmide - deve primeiramente satisfazer as necessidades dos níveis anteriores. O foco e a energia da pessoa concentram-se em prover as necessidades dos níveis mais baixos antes de buscar os níveis superiores. Conforme Maslow, os degraus ou níveis da pirâmide são os seguintes:
1. necessidades fisiológicas ou básicas, tais como a fome, a sede, o sono e o sexo;
2. necessidades de segurança, que vão desde a simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa até as formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
3. necessidades sociais ou de amor, o afeto, a afeição e os sentimentos de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
4. necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
5. necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
A grande critica feitas a Teoria de Maslow e que alguns indivíduos sentem-se auto-realizados mesmo sem terem suprido totalmente suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais ou de estima ( níveis anteriores da pirâmide) e, segundo os seus críticos, este fato invalidaria toda a teoria.
Um outro ponto é que uma pessoa pode suprir parcialmente uma necessidade e já se considerar em próximo nível. Na prática existem pessoas que se sentem realizadas mesmo sem, por exemplo, ter onde morar ( ou sem ter resolvido plenamente esta questão) mas estas exceções não suficientes para tornar invalida toda a teoria.
Achei interessante fazer um exercício ( apesar nenhum embasamento cientifico): identificar em qual nível da pirâmide encontravam-se a TI das empresas que trabalhei. Se a teoria da pirâmide tem sentido e funciona com as pessoas ( apesar das criticas e exceções), deve funcionar também com as empresas e suas áreas de tecnologia.A lógica é entender qual a característica mais marcante ( na minha ótica) na relação da TI com a empresa, na forma como a TI é vista e usada ou como se insere dentro da estratégia corporativa.
Para evitar constrangimentos de ambas as partes, estou fazendo uma fotografia do momento que trabalhei nestas empresas. Esta visão não representa o momento atual. Também não vou falar da empresa onde hoje trabalho. Vou tentar ao máximo não identificá-las, mas vou colocá-las em ordem cronológica. Reforço: Isto é uma visão do passado. Hoje tudo pode ter mudado.
Então vamos ao exercício:
Empresa I: Naquele tempo ( era no século passado pessoal) nem existia o termo TI. Éramos da informática ( ou será que ainda era Processamento de Dados?) Éramos uma ilha de excelência dentro da organização(!!!???). Na verdade as empresas estavam vivendo um momento mágico de crescimento e investimento em Tecnologia. Acreditava-se que tudo poderia ser automatizado, éramos primitivos e iniciantes, mas tínhamos credibilidade. Ninguém tinha “sede”, “fome” ou “sono” e todos estavam muito seguros do caminho a seguir: era o caminho do reconhecimento da nossa capacidade de informáticos! Com certeza naquele momento éramos um nível 4! Sai da empresa nesta fase. Algum tempo depois os donos brigaram e a empresa foi dividida ( e acho que a informática caiu rapidamente do nível 4 para o 2).
Empresa II: Cheguei em meio a uma grande reestruturação: a empresa estava renovando os seus equipamentos e instalando mainframes de ultima geração ( muita insegurança, muitas noites sem dormir, muito stress). A expectativa era passar deste nível 1 para o 2 e 3 muito rápido. Mas nada é tão fácil e simples que não possa ficar difícil e complicado: o diretor de TI (ainda era de informática?) foi demitido e parte do projeto abortado. Alguns meses depois, um novo projeto: downsizing. Trocamos os servidores Mainframes por equipamentos menores, instalamos uma rede e a TI passou direto para o nível 4: todos consideravam o trabalho da TI ( acho que ainda era informática) muito bom. Passamos muito tempo neste estágio. Sai quando se iniciava um projeto de ERP. Pela excelente estrutura montada e a equipe de TI que a empresa tinha acredito que ficaram neste estágio por bastante tempo. Hoje a empresa foi vendida para um grande grupo multinacional e não tenho noticias qual nível eles estão.
Empresa III: Foi a minha experiência de construir do zero. Já éramos da Tecnologia da Informação, estávamos motivados e era fazer tudo (tudo novo)! Tínhamos o dinheiro, conhecimento, a vontade e o jeito de fazer ( dos Canadenses) em um novo negócio: telefonia celular. A TI era estratégica! Aprendi muito e, apesar de todas as noites sem dormir e o stress natural das responsabilidades de fazer acontecer, considero a experiência profissional mais gratificante que tive ( com certeza para mim foi nível 5). Tive excelentes resultados, fiquei 3 anos e sai quando a empresa foi comprada pelos Mexicanos. Fui para a outra.
Empresa IV: Foi o maior desafio de motivacional que tive. Era bem longe de casa, o ambiente tecnológico estava desatualizado, a TI não tinha uma boa imagem, era vista como “gastona”, não estratégica e com poucos resultados ( TI era um mal necessário). A equipe era muito boa e sofriamos junto. Para complementar: a empresa também não ia bem das pernas (fruto de investimentos feitos sem o devido critério) e quase faliu. Passe seis anos lá e, graças a equipe e apesar de tudo, conseguimos fazer muitas coisas. Mas a impressão que sempre ficava era que, dia após dia, tínhamos que lutar unicamente para nós mantermos vivos. O ambiente para TI na empresa era hostil. Era pela sobrevivência que se trabalhava. Estávamos na base da pirâmide (nível 1) com toda a certeza.
Quer arriscar e fazer a sua avaliação?
Então... Vamos em frente!
A base da teoria de Maslow é que qualquer indivíduo, para alcançar a auto-realização – ultimo nível da pirâmide - deve primeiramente satisfazer as necessidades dos níveis anteriores. O foco e a energia da pessoa concentram-se em prover as necessidades dos níveis mais baixos antes de buscar os níveis superiores. Conforme Maslow, os degraus ou níveis da pirâmide são os seguintes:
1. necessidades fisiológicas ou básicas, tais como a fome, a sede, o sono e o sexo;
2. necessidades de segurança, que vão desde a simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa até as formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
3. necessidades sociais ou de amor, o afeto, a afeição e os sentimentos de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
4. necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
5. necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
A grande critica feitas a Teoria de Maslow e que alguns indivíduos sentem-se auto-realizados mesmo sem terem suprido totalmente suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais ou de estima ( níveis anteriores da pirâmide) e, segundo os seus críticos, este fato invalidaria toda a teoria.
Um outro ponto é que uma pessoa pode suprir parcialmente uma necessidade e já se considerar em próximo nível. Na prática existem pessoas que se sentem realizadas mesmo sem, por exemplo, ter onde morar ( ou sem ter resolvido plenamente esta questão) mas estas exceções não suficientes para tornar invalida toda a teoria.
Achei interessante fazer um exercício ( apesar nenhum embasamento cientifico): identificar em qual nível da pirâmide encontravam-se a TI das empresas que trabalhei. Se a teoria da pirâmide tem sentido e funciona com as pessoas ( apesar das criticas e exceções), deve funcionar também com as empresas e suas áreas de tecnologia.A lógica é entender qual a característica mais marcante ( na minha ótica) na relação da TI com a empresa, na forma como a TI é vista e usada ou como se insere dentro da estratégia corporativa.
Para evitar constrangimentos de ambas as partes, estou fazendo uma fotografia do momento que trabalhei nestas empresas. Esta visão não representa o momento atual. Também não vou falar da empresa onde hoje trabalho. Vou tentar ao máximo não identificá-las, mas vou colocá-las em ordem cronológica. Reforço: Isto é uma visão do passado. Hoje tudo pode ter mudado.
Então vamos ao exercício:
Empresa I: Naquele tempo ( era no século passado pessoal) nem existia o termo TI. Éramos da informática ( ou será que ainda era Processamento de Dados?) Éramos uma ilha de excelência dentro da organização(!!!???). Na verdade as empresas estavam vivendo um momento mágico de crescimento e investimento em Tecnologia. Acreditava-se que tudo poderia ser automatizado, éramos primitivos e iniciantes, mas tínhamos credibilidade. Ninguém tinha “sede”, “fome” ou “sono” e todos estavam muito seguros do caminho a seguir: era o caminho do reconhecimento da nossa capacidade de informáticos! Com certeza naquele momento éramos um nível 4! Sai da empresa nesta fase. Algum tempo depois os donos brigaram e a empresa foi dividida ( e acho que a informática caiu rapidamente do nível 4 para o 2).
Empresa II: Cheguei em meio a uma grande reestruturação: a empresa estava renovando os seus equipamentos e instalando mainframes de ultima geração ( muita insegurança, muitas noites sem dormir, muito stress). A expectativa era passar deste nível 1 para o 2 e 3 muito rápido. Mas nada é tão fácil e simples que não possa ficar difícil e complicado: o diretor de TI (ainda era de informática?) foi demitido e parte do projeto abortado. Alguns meses depois, um novo projeto: downsizing. Trocamos os servidores Mainframes por equipamentos menores, instalamos uma rede e a TI passou direto para o nível 4: todos consideravam o trabalho da TI ( acho que ainda era informática) muito bom. Passamos muito tempo neste estágio. Sai quando se iniciava um projeto de ERP. Pela excelente estrutura montada e a equipe de TI que a empresa tinha acredito que ficaram neste estágio por bastante tempo. Hoje a empresa foi vendida para um grande grupo multinacional e não tenho noticias qual nível eles estão.
Empresa III: Foi a minha experiência de construir do zero. Já éramos da Tecnologia da Informação, estávamos motivados e era fazer tudo (tudo novo)! Tínhamos o dinheiro, conhecimento, a vontade e o jeito de fazer ( dos Canadenses) em um novo negócio: telefonia celular. A TI era estratégica! Aprendi muito e, apesar de todas as noites sem dormir e o stress natural das responsabilidades de fazer acontecer, considero a experiência profissional mais gratificante que tive ( com certeza para mim foi nível 5). Tive excelentes resultados, fiquei 3 anos e sai quando a empresa foi comprada pelos Mexicanos. Fui para a outra.
Empresa IV: Foi o maior desafio de motivacional que tive. Era bem longe de casa, o ambiente tecnológico estava desatualizado, a TI não tinha uma boa imagem, era vista como “gastona”, não estratégica e com poucos resultados ( TI era um mal necessário). A equipe era muito boa e sofriamos junto. Para complementar: a empresa também não ia bem das pernas (fruto de investimentos feitos sem o devido critério) e quase faliu. Passe seis anos lá e, graças a equipe e apesar de tudo, conseguimos fazer muitas coisas. Mas a impressão que sempre ficava era que, dia após dia, tínhamos que lutar unicamente para nós mantermos vivos. O ambiente para TI na empresa era hostil. Era pela sobrevivência que se trabalhava. Estávamos na base da pirâmide (nível 1) com toda a certeza.
Quer arriscar e fazer a sua avaliação?
Então... Vamos em frente!
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