São poucas as opções para os finais de semana com chuva no inverno de Porto Alegre. Eu sempre acabo ficando em casa em frente à TV.
Aqui no frio gaúcho se você não tem assinatura de televisão paga ou um bom estoque de DVDs não consegue sobreviver. Os shopping ficam lotados e fica difícil pegar um lançamento ou filme que você ainda não viu nas locadoras. Para completar, os programas que passam na televisão aberta são de doer.
Eu estava zapeando e parei em um dos canais do Telecine. Me chamou a atenção um filme antigo do Steve Martin. O título em inglês é “Parenthood” ( 1989 - em português o título não motiva e eu não assistiria: “O tiro que não saiu pela culatra”). O filme é sobre o dia-a-dia de uma típica família americana.
Em determinado momento do filme, Steve Martin (o pai) pede demissão do emprego porque está descontente, vai contar para esposa (eles já tem 3 filhos) e recebe a notícia que ela está novamente grávida.
O personagem não se sente confortável porque as coisas estão fora do seu controle, está em crise, não consegue fazer nada direito, só se dá mal, só reclama da vida e ainda, devido a gravidez inesperada da mulher, é obrigado a pedir para voltar ao antigo emprego.
Mas a cena que mais me chamou atenção foi da avó, personagem de Helen Shaw, uma velhinha simpática que, ao ver o neto deprimido e reclamando de todas as dificuldades que tem que enfrentar para criar os filhos e manter a família unida, resolve contar como conheceu o seu avô.
Ela se apaixonou pelo marido quando ele a levou a um parque de diversões e eles andaram na montanha russa:
- “A velocidade, aqueles altos e baixos, aquela sensação de medo e de alegria!” e completou: “para alguns não é divertido. Nem todos apreciam a montanha russa. Muitos só vão ao parque para andar de carrossel: mais lento, mais tranqüilo”.
Caiu a ficha para Steve: algumas pessoas convivem melhor com as mudanças, os “altos e baixos”, superam mais facilmente as adversidades e, em muitos casos, só se sentem felizes ( e se divertem) quando estão em um “grande agito”. Outras, como ele, precisam de controle, de uma vida calma, previsível, de equilíbrio e sofrem muito com qualquer alteração no seu meio.
O problema é que a vida está sempre nos testando (e as coisas nem sempre acontecem como a gente quer). Viver é um desafio constante.
E o personagem do Steve muda o seu comportamento ( o seu jeito de encarar os problemas) e consegue conviver melhor com as “loucuras” de sua vida.
Falando sobre as diferenças entre as pessoas e de como elas enfrentam a vida: participei esta semana de um treinamento sobre liderança e fiz o teste Myers-Briggs Type Indicator® (MBTI).
O texto que introduzia o assunto era: “O MBTI é uma ferramenta que possibilita identificar as diferenças e aproveitar ao máximo o que cada um traz de melhor para a sua equipe de trabalho e para a organização”. Fui direto para a wikipédia.
O teste foi criado por Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers (com base nas teorias de Karl Jung) e classifica os indivíduos segundo suas preferências. O conceito do MBTI é “Tipo Psicológico”.
A ídéia é que as pessoas acham certas maneiras de pensar e agir mais fáceis que as outras. O MBTI considera a existência de quatro pares opostos de maneiras de pensar/agir, chamados dicotomias (dimensões). As preferências são normalmente indicadas por letras maiúsculas que indicam cada uma destas quatro preferências, por exemplo: ISTJ - Introvertido, Sensorial, Racional (“Thinking”), Julgador. Quem quiser mais informações consulte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mbti.
Estou longe de achar que questionário como este pode explicar o jeito de agir das pessoas. O ser humano é muito complexo e imprevisível.Mas, dentro do grupo que estava no treinamento o resultado do diagnóstico foi adequado e ajudou a entender alguns comportamentos ( meus e dos colegas). É um bom instrumento e pode ser um passo inicial para o auto-conhecimento.
Estou aguardando a chegada da primavera.
Vamos em frente!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
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